Conta Outra Piada
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| Conto do vigário: Almoço de Graça Posted: 24 Feb 2011 07:47 AM PST No centro de Pouso Alegre, em frente da catedral, existe uma praça, chamada Praça José Bento. Existe nessa praça um vaivém de pessoas, sempre animadas, e apressadas. É na praça José Bento que o menino Lucas presta seus serviços de engraxar sapatos, aos homens que os usam, claro, visto hoje em dia muita gente andar de tênis. Pois bem, na quarta-feira fatídica em que acontece nossa história, Valdenor se aproxima de Lucas, já perto da hora do almoço e pede ao menino para engraxar seus sapatos. Isto é, os sapatos de Valdenor. Lucas, mais que contente por poder ganhar um dinheirinho nesse dia, começou a engraxar os sapatos de Valdenor. Ele ficou mais animado ainda quando em certo momento Valdenor lhe perguntou: - Você almoça aonde? - Eu não almoço, seu moço - Lucas respondeu tristemente. - Quando tenho dinheiro como um lanche barato por aí. - E quando não tem? - Aí, não como nada. Quando não engraxo sapatos fico sem comer. - Puxa-vida, Lucas! Que vida atrapalhada você leva. Mas, hoje, anime-se garoto! Vou pagar seu almoço. Um almoço como nunca você teve outro igual. Só faça uma coisa: me chame sempre de pai, está bem? - E se não acreditarem em mim? - Por que vão duvidar. Hoje você é meu filho, e eu sou seu pai. - Que bom, doutor. Já que o senhor vai pagar meu almoço, posso dizer que hoje é meu dia de sorte. E caprichou ainda mais a engraxada nos sapatos do "doutor", até deixá-los brilhantes. Ao término da engraxada (ainda bem que Valdenor o pagou), Lucas foi ao bar onde guardava seus utensílios. Lavou o rosto, mãos e braços e vestiu camisa, bermuda e tênis, diferentes dos que usava no trabalho. Em resumo, Lucas se tornou, como em um passe de mágica, um menino bonito. Valdenor até se admirou: - Nem parece o Lucas que vi agora há pouco. Lucas sorriu. Foram ao restaurante. Lucas nunca havia entrado lá. Valdenor pediu o cardápio e escolheu os pratos, de acordo com o gosto do simpático menino Lucas. Comeram a comida. Lucas comeu-a com mais garra ainda. Era como se matasse a fome da semana toda. Valdenor chamou o garçom e pediu o menu de sobremesa. O garçom se aproximou. Valdenou pediu uma banana split, dizendo que era para o menino. Enquanto isso, ele iria à banca buscar um jornal. - Podemos mandar um mensageiro buscar o jornal de sua preferência - disse-lhe o garçom. - Não. Prefiro eu mesmo escolher o jornal, conforme a manchete. - O senhor é igual ao meu patrão - sorriu o simpático garçom. - Ele também pensa assim. Valdenor saiu. A sobremesa foi servida ao menino. Depois que ele comeu, passado algum tempo, o garçom lhe perguntou: - Seu pai costuma demorar quando vai buscar jornal? Lucas respondeu: - Ele não é meu pai. Texto extraído do livro inédito A Alegria de Pobre, escrito por José Guimarães. |
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